Projeto O Bem da Boca

2012

JUSTIFICATIVA

As estratégias de prevenção da mucosite estão alicerçadas em um bom acompanhamento odontológico prévio. Reduzir os focos infecciosos como gengivite e cárie antes do início da terapêutica, diminui a incidência da mucosite. A orientação de higienização bucal e a nutrição são aspectos que não podem ser negligenciados.

A mucosite é uma reação tóxica inflamatória que afeta o trato gastrintestinal – da boca ao ânus, que pode ocorrer por exposição a agentes quimioterápicos (quimioterapia) ou radiação ionizante (radioterapia). Na cavidade oral esta toxicidade sobre as células epiteliais, leva à descamação em função do atrito presente na boca. Como a reposição celular está comprometida devido ao tratamento oncológico, ocorre exposição do tecido conjuntivo subjacente, aonde se localizam vasos sanguíneos, vasos linfáticos e feixes nervosos; desencadeando dor intensa, ulcerações, dificuldade de alimentação, hidratação e fala.

Ocorre nos tratamentos oncológicos em geral, com maior incidência nos casos de quimioterapia em altas doses e tratamento combinado de quimioterapia e radioterapia. Sua incidência varia de 70 a 100%, sejam os pacientes crianças ou adultos, com gravidade variável, a depender das drogas e doses utilizadas.

A presença da mucosite acarreta grande número de complicações, como: desidratação, desnutrição, infecção, que exigem um uso maior de antibióticos, aumentando o número e tempo de internações e óbitos.

O laser é um mecanismo bastante utilizado nesse processo. Funciona como bioestimulante, acelera a renovação epitelial e atenua a gravidade do problema. Quando a inflamação já existe ou está disseminada, o laser tem também o papel de antiinflamatório e analgésico. Podem ser usadas ainda soluções antimicrobianas tópicas (para evitar que eventuais ulcerações infectem e favoreçam a sepse) e soluções isotônicas, para manter o PH da saliva o mais neutro possível.
O tratamento odontológico em pacientes oncológicos requer cuidados específicos e acompanhamento constante dos profissionais envolvidos. Por ser um tratamento com um custo considerado alto, a grande maioria dos pacientes oriundos do SUS (Sistema Único de Saúde) não tem acesso à este tipo de tratamento.