PROJETO ONCO RIR

2024/2025

JUSTIFICATIVA

Além de cuidados físicos, a odontologia oferece suporte psicológico, permitindo que os pacientes mantenham uma sensação de controle sobre sua saúde bucal em meio aos desafios mais amplos do tratamento contra o câncer. O monitoramento contínuo de efeitos colaterais bucais também é realizado pelos profissionais de odontologia, permitindo ajustes no tratamento odontológico conforme necessário ao longo do processo de tratamento oncológico.

Em resumo, a odontologia desempenha um papel integral no cuidado abrangente de pacientes idosos em tratamento oncológico, contribuindo não apenas para a saúde bucal, mas também para a qualidade de vida e bem-estar emocional durante esse desafiador processo de tratamento.

Por muitos anos a odontologia se preocupou com o diagnóstico e tratamento de lesões em cavidade oral decorrentes de canceres em região de cabeça e pescoço. No entanto, os avanços na medicina têm levado ao aumento de expectativa de vida de desses pacientes, bem como ao aumento de lesões em cavidade oral relacionadas a efeitos adversos de diversas medicações e terapias relacionados ao tratamento, também, de cânceres distantes da cavidade oral.

Assim, é visível o aumento da demanda por atendimento odontológico especializado para pacientes oncológicos, independente da localidade primária do tumor, que apresenta uma gama de reações adversas reversíveis e irreversíveis das quais os Cirurgiões-dentistas (CDs) de poucas décadas atrás não tinham sequer conhecimento. Assim, a gama de tratamentos oferecidos pelos CDs à essa classe de pacientes, que antes normalmente se limitava ao preparo de boca pré-cirúrgico e ao controle de focos infecciosos, passou a demandar novas condutas clínicas de diagnóstico, prevenção e tratamento.

Além dos tratamentos clássicos geralmente oferecidos a esses pacientes, entre os principais tratamentos instituídos nas últimas décadas está o uso das terapias fotônicas com lasers de baixa potência. O uso das Terapias Fotônicas (TFs) para tratamento e prevenção de lesões de mucosite oral nesses pacientes já não é uma novidade, sendo inclusive um dos 13 tratamentos recomendados no guideline oficial para o manejo da mucosite secundária ao tratamento do câncer, desenvolvido pela Multinational Association of Supportive Care in Cancer (MASCC) e a International Society for Oral Oncology (ISOO) (Lalla et al., 2014; Elad, 2020; Elad et al., 2020). A mucosite é uma complicação comum do tratamento oncológico, sendo caracterizada por eritema e ulceração da mucosa do trato gastrointestinal. Ocorre em cerca de 20-40% dos pacientes em quimioterapia, 80% dos pacientes em condicionamento para transplante de células-tronco hematopoiéticas e em quase 100% dos pacientes em radioterapia de cabeça e pescoço (dados da MASCC e ISOO em 2018/2020).